sábado, 19 de junho de 2010

O meu amor morreu

O meu amor morreu.
Sim, morreu.
Morreu
Porque já não vive em mim.
É agora uma sombra negra
De um passado distante.
Morreu.
E deixou-me aqui, só,
Como só estão todas as coisas
Que perdem a sua razão de ser.
Morreu.
Já não recordo o seu sorriso,
Ou o brilho dos seus olhos.
São tudo coisas que, agora,
Estão perdidas na grande arca
Chamada passado.
O meu amor morreu.

1 comentário:

Unknown disse...

Tal como qualquer outra morte, seja ela física ou apenas emocional...carece de um luto e período de transicção...

Eis a minha versão:

Acabou…
O amor morreu.
A flor não fora mais regada
O jardim verde jamais floriu.
Os pássaros não quiseram mais cantar o seu canto.
É o luto.
Este luto que agora persisto e assisto
Carregado de dor dentro do meu coração.
Não desisti de lutar por algo em que acreditei
E mesmo assim, morreu…
O naufrágio era inevitável
Se só um dos remos remava
No meio de uma tempestade agreste.
Morreu…
Morreu comigo também a esperança
A vontade de confiar
Senão nesta folha de papel.
Tantas e tantas vezes me parecia tão clara
A verdade como águas límpidas…
Porque era mesmo verdade.
Há coisas que nós sentimos
A falsidade não nos passa ao lado
Quando as razões do coração são fortes.
Morreu…
Tenho de dar essa explicação ao meu coração
Abre-te consciência e fala-lhe bem alto
Perdoa-lhe…

Carla Varanda*